Abas

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Hoje é

Hoje pedi habeas corpus pra escrever
meu corpo pedia
e meu nariz coçava como uma calculadora.

Guardei o outro debaixo do braço
e rascunhei com dificuldade
apertando o braço contra o tronco para ele não cair.
Na verdade nem é rascunho
é chave em cadeado
é portão enferrujado
é o ginge do atrito.

Só aperto o lápis contra a folha e ela sangra palavras
e eu acho inútil.
Pra mim.
E pra você principalmente.
Apesar de bom.
Pois sempre concluo
sem conclusão.