Abas

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Feita de Sertão,
de amarelo com azul,
de terra com céu.

É o pé no chão
no pé de chão.
O chão na palma da mão.

O plano é árido
E tem sempre um plano
E um bussola que aponta pra si.

Dono do que faz.

Manda recado
Faz promessa
Mata a sede com abundância.
Enchente de fé.

A espera é ao som de grilo
grilos que vivem
no melhor pedaço do mundo.


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

magoar ou sarar?

Se fazer poesia dói,
o que fazer com as feridas,
se não soprá-las com palavras?

Arde entender o comportamento do nosso íntimo
diante dos pouquinhos do Mundo.

Cada pedacinho de pensamento
é suficiente para nos tornar mais sensíveis ao belo,
e mais pensantes ainda frente a tragédia.

Tudo bate com mais força.
O óbvio passa despercebido,
e a essência das coisas mexe com os poros.

E vale a pena,
afinal, o que é a auto-realização do artista
se não o fruto do que lhe provoca?





Júlia Carvalho