Abas

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Andorinha

O universo, mesmo infinito,
não é celeste depois do céu.
As palavras, mesmo finitas,
só acabam depois que transbordam e molham o pé de quem a gente ama.
A gente é isca
a vida é peixe: escorregadia e sem pálpebras.
Vida não dorme,
só balança.
Quando não derruba, nina a gente em seu colo.
Somente os bichos sabem para onde vão.
Afinal, passarinho canhoto não voa torto.
E uma andorinha só diz: vocês verão.


Júlia Carvalho 

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