Abas

quinta-feira, 6 de julho de 2017

olho de novela

Melancolia que me abriga
aperto que me obriga
sou as lágrimas salgadas
do meu choro doce

É meu olho de novela
sem malícia, que me quebra
meu derreter sem panela

meu esquentar sem fogo

sexta-feira, 3 de março de 2017

Não me mandem descer da árvore
Hoje eu quero ficar aqui
Montar em pelo, andar descalça
depois das dez dormir

Deixa eu pular de precipicio
de leve brincar com a sorte
nadar em tanque fundo
me banhar de chuva forte

E afaste de mim o alvo
dos seus olhos maduros
Choro de criança só vinga
por causa do colo adulto


me deixa molequear


pequena em corpo
grande de alma

hoje.





Se fosse para não amar hoje
eu dormiria
não porque o amor me tira o sono
me pouparia de um dia tão egoísta

Se eu pudesse não te ver
Eu não abriria os olhos
não salivaria a boca
Respiraria doce cada lembrança

Quando meu coração aperta
como se não coubesse no peito
Meu espirito fica brega como essa estrofe
e mesmo assim, certeiro.

Nesse mesmo folego a felicidade passa ao meu lado
me ultrapassa num eterno lapso
me massageia como novidade
E eu gosto de saber.