Abas

domingo, 10 de maio de 2015

o "acontecer"

Eu não tenho medo do futuro, só um leve receio de passar na frente do acaso e inibi-lo. É que sou devota das entre-linhas e da habilidade que a vida tem com os sustos, esse talento de curar, inesperadamente, os soluços. Não sei você, mas comigo é sempre a mesma coisa: o acaso vem, eu me fissuro. Vivo-o como quem decifra recados, numa admiração sem fim. E, mesmo sem fim, no fim, resto-me sentada no meio fio da indecisão, entre a sonolência e insônia, entre o bom-censo e a aventura. A aventura que arranca pedaços de sim. O bom-sendo que arranca pedaços de mim.

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