nesses momentos de silêncio
decanta em mim um desejo
de presença mínima
bóio rodeada da suposta saudade
não extinta por completo
Na ausência da venda que me cobre os olhos
e me dissolve a dúvida
eu abro algo sem nome
dentro de mim
como quem diz "é só hoje"
pra que você
projete
o teu pensamento
naquele lugar que cavou
enfraquecido
mas ainda vivo
calculo nos dedos invisíveis então
as vezes que pensou em mim em silêncio
olhando
pra o meu suposto logunedê
pro ascendete de Gil
pro instrumento que te dei sem embrulho
assim como tudo que te dei.
Tu guarda pra lembrar
ou pra esquecer?
Tu não calcula como eu.
E se calcualar
de nada adianta.
Mas adianta quando quebro o silencio
E pode ser com a minha própria voz
presença física do meu desacordo
toco o chão gelado com os pés anestesiados do agora
eis a condução do calor presente
É nessa hora que faço do passado nada
perto do futuro.
Eu me percebo aqui. Depois do silêncio.
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